Centro de Segurança da Google publica Conselhos dos seus parceiros em questões de segurança

30-01-2013 11:52

Os utilizadores deste site poderão ler os conselhos de todos os parceiros da Google aqui

 

Estes são alguns dos problemas que normalmente preocupam os pais. Trabalhámos de perto com diversas organizações em Portugal e incluimos conselhos dados por estes parceiros nas secções abaixo.

Material sexualmente explícito ou violento

O visionamento de material sexualmente explícito ou violento pelas crianças compromete o seu desenvolvimento harmonioso. O acesso das crianças à Internet deve ser supervisionado pelos/as adultos/as, dado que estas não têm, ainda, pensamento crítico que lhes permita navegar na Internet em segurança, nem capacidade de avaliar o risco e o impacto para a sua vida futura.

Algumas medidas que contribuem para aumentar a segurança:

  • Colocar o computador num espaço “público” da casa como, por exemplo, a sala, para perceber a utilização que as crianças estão a fazer da Internet;
  • Acompanhar o histórico de utilizações para perceber que tipo de utilização foi feita pela criança;
  • Estabelecer regras e limites razoáveis acerca da utilização do computador e da Internet (exemplo: tempo de utilização);
  • Instalar software que permita filtrar e bloquear conteúdos impróprios para crianças, nomeadamente, material sexualmente explícito;
  • Manter uma boa comunicação com as crianças, para que estas possam pedir ajuda sempre que tenham dúvidas ou se sintam desconfortáveis.

Se alguém enviar mensagens ou imagens obscenas, imorais ou indecentes, com a intenção de abusar ou maltratar, e se não conseguir eliminar este problema pela simples opção de não responder e ignorar estes "ataques", deve comunicar estes acontecimentos aos serviços competentes, nomeadamente:

  • Na esquadra de Polícia mais próxima;
  • Website de denúncia de conteúdos ilegais: https://linhaalerta.internetsegura.pt/;
  • Linha de ajuda sobre questões de segurança na Internet: 808 91 90 90;
  • Número da linha SOS Criança: 116 111.

No inquérito Europeu EU Kids Online poucos jovens Portugueses declararam ver pornografia e os que vêem referem ser quase sempre por acaso. Os jovens que declaram aceder de forma voluntária a esses conteúdos fazem-no sobretudo em meios como a televisão ou revistas. Por outro lado, os jovens que se dizem sentir incomodados com imagens sexualmente explícitas são uma minoria dos (já poucos) que efectivamente já viram pornografia na Internet. Assim sendo, uma forma de minorar a questão na Internet é auxiliar os jovens a usarem os filtros necessários que lhes permitam evitar encontrar essas imagens.

Para protegermos as nossas crianças e jovens e potenciar a utilização da Internet enquanto recurso pedagógico e lúdico, devemos informá-los e alertá-los para a possibilidade de encontrarem material sexualmente explícito ou violento.

Para além deste cuidado, as crianças podem, inadvertidamente, ter acesso a este tipo de conteúdos enquanto procuram um jogo, ou em momentos de pesquisa, através de janelas pop-up que surgem no ecrã que direcionam para sites com conteúdos pornográficos, violentos ou comerciais. Recomendamos que pais e educadores procurem criar momentos de utilização conjunta com a crianças e jovens, promovendo a comunicação, o diálogo e a partilha de informação.

Uma vez que existem cada vez mais dispositivos que permitem aceder com grande facilidade à Internet (exemplo: telemóveis, tablets, etc.) sugerimos que atualize os seus conhecimentos acerca das novas tecnologias da informação e acompanhe os interesses e as atividades que as crianças e os jovens desenvolvem online.

Recursos Adicionais:

A Internet é um espaço onde a vida acontece e onde os mais novos se podem confrontar com informação negativa, para a qual nem sempre estão preparados.

O advento do computador associado às novas formas de comunicação e multimédia, passou deste modo a permitir a prática de novos crimes e outras formas do seu cometimento, dos chamados velhos crimes. O potencial de vítimas é agora à escala global. Exemplificando, a chantagem nos crimes sexuais já não reside só no segredo do ato, mas também na elevada expressão que a difusão de imagens de abuso sexual de menores, assumiu. Com os atuais recursos informáticos, as Webcams e câmaras de telemóveis representam um particular meio de intrusão na esfera privada dos cidadãos. A utilização pelos jovens, destes meios em locais sem controlo, potencia a gravação e difusão de imagens com danos irreparáveis. É pois importante que os pais, educadores e professores estejam conscientes deste processo, a fim de que possam preventivamente intervir na proteção das crianças.

Conhecer estranhos online

O primeiro passo para aumentar a segurança face a contactos por estranhos online é falar com a criança sobre quais as pessoas que ela reconhece como amigos/as e de confiança, ou seja, fidelizar o universo de potenciais contactos que ela reconhece como seguros. É importante transmitir a noção de que quando ela está na rua não fala com estranhos/as, então quando está online também não deve fazê-lo. Os/as cuidadores/as podem também estimular a postura e pensamento críticos das crianças e levá-las a questionar a veracidade das informações que podem ser passadas por pessoas que apenas se conhecem online.

Ensine-lhe algumas estratégias de segurança, tais como:

  • A segurança aumenta sempre que os encontros ocorrem em espaços públicos;
  • A segurança aumenta se os encontros ocorrem durante o dia;
  • A segurança aumenta se a criança não estiver sozinha.

É importante estar atento às conversações que a criança e o jovem mantêm online, aconselhando-os a não aceitar convites “suspeitos”, nem a marcar encontros na vida “real” com “amigos” que tenham conhecido na “vida virtual”. Contudo, importa reforçar o papel positivo que os chats e outras formas de conversação online têm na vida quotidiana, principalmente para contactar com os colegas de escola, amigos ou familiares, desenvolvendo na criança e no jovem um sentido crítico face à Internet, onde nem tudo o que parece é. A procura de novas amizades, quer na vida real, quer virtualmente, é natural e saudável nas crianças e nos jovens. Em ambas as situações existem riscos pelo que sugerimos que os adultos acompanhem as amizades das suas crianças e jovens e, em simultâneo, lhes forneçam as ferramentas necessárias para se protegerem.

Recursos Adicionais:

A esmagadora maioria das crianças e jovens que estão online liga-se principalmente a pessoas que já conhecem, levando boa parte desses contactos para as redes sociais e programas de mensagens instantâneas. Mas mesmo os contactos com desconhecidos na Internet podem ser proveitosos para jovens pois permitem-lhes conhecer outras experiências e mesmo adquirir novos conhecimentos, na continuidade da prática, comum na adolescência, de trocar mensagens (cartas, postais) com correspondentes à distância que nunca conheceram. Acompanhar crianças e jovens no seu uso das redes sociais, conversar sobre novos contactos, ou mesmo participar na mesma rede social, pode facilitar a tarefa de os pais saberem que os contactos que os filhos fazem são positivos para eles.

Resultados do inquérito Europeu EU Kids Online mostram que alguns dos jovens que se encontram offline com pessoas que conheceram online fazem-se acompanhar de amigos ou contam a outros jovens, e combinam encontros em sítios públicos, contribuindo para reduzir o risco de terem encontros desagradáveis. Para a maioria dos que tiveram encontros deste tipo, os conhecidos eram da sua idade e a experiência foi agradável. No entanto, há uma minoria pouco expressiva de jovens que começa a ter estes encontros com 9 ou 10 anos, o que sugere que os pais devem ter atenção redobrada e alertar os filhos desde muito cedo.

Se os contactos com estranhos através da Internet são um comportamento de risco, os encontros presenciais com pessoas que só se conhecem da Internet, comportam ainda maior risco. Importa, por isso, regular este tipo de encontros. Algumas orientações que deverá partilhar com as crianças e jovens da sua família são que fazer amigos através da Internet pode ser interessante, mas os encontros com “amigos virtuais” envolvem riscos – na Internet nem toda a gente é quem afirma ser – pelo que “encontros reais” só devem acontecer com o acordo dos pais, em locais públicos e na presença destes ou de um adulto da sua confiança.

É positivo tirar partido das potencialidades da Internet para comunicar, produzir conteúdos próprios, entretenimento, jogos, lazer, participação cívica, envolvimento em comunidades, progressão em carreiras e emprego, bem como para obter acesso à informação global e a recursos educacionais.

Contudo, como acontece em qualquer serviço de comunicação online, na Internet – qualquer um é o que diz ser que é – não é possível determinar com rigor a identidade, o sexo e a idade, sendo comum os adolescentes acrescentarem uns anos à idade real e o inverso, no caso dos “groomers”. Da exagerada confiança na social Web, resulta a desilusão da confrontação com a realidade. Nestas circunstâncias, o utilizador frequentemente vê divulgado noutros sítios da net, sem sua autorização, as conversas que manteve, os seus dados pessoais, as fotos e contactos trocados, que havia disponibilizado num círculo restrito e com uma finalidade concreta.

O apelo aos pais vai no sentido de que construam com os filhos, um conjunto de regras de utilização da Internet que os protegam dos riscos inerentes e contribuam para uma cultura de responsabilidade, habilitando-os a relações sociais éticas no uso das novas tecnologias. Nesse sentido e entre outros, a definição do local mais adequado, os horários e tempo de acesso à Internet, constituem elementos essenciais à prossecução desse objectivo. Proibir o uso da Internet não é a solução!

As crianças e os jovens, e alguns adultos, entram muitas vezes em contacto com pessoas na Internet que nunca conheceram noutros contextos. O facto de terem amigos que não conhecem pessoalmente pode acarretar riscos para as crianças. O ambiente online permite um misto de anonimato individual, auto-promoção e identidade que pode ser usada de acordo com os desejos e intenções do utilizador.

Um dos fenómenos que tem vindo a ocorrer na Internet, é uma forma de sedução manipuladora, conhecida por "grooming". Nessa situação, o abusador, normalmente um adulto, procura estabelecer uma relação de intimidade e confiança com uma criança ou jovem tendo em vista atraí-la para um contacto sexual. Por vezes, recorre à utilização de câmaras que permitem captar e partilhar imagens em redes de abusadores de crianças. No entanto, tal como acontece fora da Internet, a maioria dos abusadores sexuais são pessoas que as crianças conhecem e em quem confiam.

À medida que crescem, as crianças e jovens naturalmente procuram espaços de convívio onde possam relacionar-se com outras pessoas sem a interferência dos pais. Contudo, é fundamental explicar às crianças e jovens os riscos inerentes a práticas como, por exemplo, o estabelecimento de contactos virtuais ou físicos com desconhecidos, a disponibilização de dados pessoais ou a exibição de fotografias privadas. A fim de prevenir este tipo de abuso, ou identificá-lo, é importante conversar com os seus filhos, ensinando-os a distinguir o que é um comportamento apropriado ou não e, sobretudo, mostrando que podem falar consigo sobre tudo e que nunca deixará de os ouvir e apoiar.

Recursos Adicionais:

Partilhar demasiada informação pessoal

Deve promover-se junto das crianças noções de privacidade e intimidade e explicar que quando se partilham dados pessoais ou mesmo fotografias, estes/as podem ser utilizados/as de forma maliciosa por terceiros/as que terão a oportunidade de as/as copiar, usar e manipular.

Algumas medidas que podem contribuir para aumentar a segurança das crianças:

  • Utilizar apenas o primeiro nome;
  • Criar um nickname;
  • Supervisionar e acompanhar as crianças nas redes sociais;
  • Antes de enviar ou receber informação devem assegurar-se de que se trata de alguém que conhecem e em quem têm confiança;
  • Manter uma postura de abertura e comunicação com as crianças, o que contribuirá para evitar os “segredos” e fará com que as crianças sintam que podem recorrer aos adultos para pedir ajuda.

Devemos educar as crianças e jovens para o perigo de fornecer os dados pessoais e/ou fotos (seus e/ou da sua família) quando utilizam a Internet. Por dados pessoais entenda-se o nome, morada, nome e morada da escola, contactos, nome dos pais, outros locais habitualmente frequentados, como clubes, associações desportivas, ginásios, etc. Quando a criança ou jovem estão online, não devem informar ninguém de que estão sozinhos em casa ou revelar as suas rotinas.

Sugerimos que sejam criados nicknames (alcunhas virtuais) na utilização de salas de conversação, redes sociais e jogos e que se evite a utilização de fotos reais, utilizando, por exemplo, uma animação ou animal de estimação. A publicação de fotografias e vídeos em sites ou redes sociais com perfil aberto ao público deve ser evitada. As definições de privacidade nos perfis em redes sociais ou blogs devem ser configuradas como privadas, de forma a permitir que o utilizador possa publicar fotos e vídeos, gerindo as pessoas que podem aceder a esses conteúdos.

Recursos Adicionais:

Numa altura em que as redes sociais estão a crescer entre crianças e jovens, mesmo abaixo da idade permitida pelos sites, torna-se fundamental que as competências sejam reforçadas no sentido de proteger informação de cariz pessoal, nomeadamente a morada ou mesmo a localização da escola ou a idade. Assim, é recomendado que as redes sociais tenham as definições de privacidade o mais possível limitadas por defeito, uma vez que os jovens nem sempre têm consciência da sua exposição nestes sites.

Seguem-se algumas dicas que pode partilhar com os seus filhos/educandos, visando a protecção da sua privacidade online:

  • Ser cuidadoso com o que se publica na Internet. A Internet é um local muito mais público e permanente do que parece;
  • Os dados pessoais são seus. Devem ser protegidos e não devem ser partilhados com terceiros;
  • Usar um programa de geração e armazenamento de palavras-chave para gerir as diversas palavras-chave. Desta forma evita-se ter de memorizar e estar a anotar as diversas palavras-chave;
  • Usar palavras-passe diferentes para as diversas contas (email, redes sociais, mensagens instantâneas, etc.). Assim, se conseguirem aceder ilegitimamente a uma das contas, os estragos ficam contidos a essa conta;
  • Não partilhar as palavras-passe com os amigos e conhecidos;
  • Ignorar as mensagens que dizem que uma conta foi comprometida e que, por razões de segurança, se tem de verificar ou alterar as credenciais de autenticação (nome de utilizador e palavra-passe). Tais mensagens são esquemas usados por criminosos para obterem acesso ilegítimo a todos os tipos de contas.

Existe cada vez mais uma cultura de falta de segurança informática dos utilizadores que vulnerabiliza o acesso a dados pessoais, supostamente confidenciais, tais como passwords facilmente decifráveis por terceiros.

Em situações que vemos conteúdo indesejado publicado online, o principal objectivo da denúncia às autoridades é obter a remoção dos conteúdos divulgados sem autorização do visado. Todavia, e porque o tempo da Internet é diferente do tempo na vida real, as vítimas não poderão esquecer-se que os seus dados pessoais, imagens, vídeos, comentários ou outros dados, poderão já estar alojados em múltiplos servidores de países distantes, onde a legislação é diferente.

Pense antes de divulgar ou comentar:

  • Alguns actos são considerados crime;
  • Alguns actos repercutem-se pela vida fora;
  • Uma imagem de cariz sexual pode ser extremamente difícil de remover inteiramente da Internet.

O mundo online eliminou algumas barreiras sociais e espaciais do mundo físico como, por exemplo, o conceito de amizade ou confidência.

Actualmente, entre as crianças e jovens é considerado normal colocar informação pessoal online, tendo-se tornado parte do seu contexto cultural e da vivência do seu dia-a-dia. Vários estudos sugerem que os jovens se sentem confortáveis e seguros a partilhar informação pessoal, incluindo fotografias, tendo pouca consciência do conceito de privacidade. E sugerem também que as crianças têm conhecimento dos riscos básicos associados à utilização da Internet, e que muitas sentem pressão para colocar informação pessoal online. No entanto, a maioria não se considera vulnerável mas reconhece os riscos nos outros (crianças mais novas ou inexperientes, por exemplo).

Outro problema relacionado com a exposição online é que muitos jovens colocam representações visuais de si próprios de cariz sexual, por vezes em resposta a solicitações ou grooming, outras voluntariamente, o que pode vir a atrair abusadores. É necessário explicar aos jovens os perigos da colocação de informação pessoal, tendo em conta que para eles não se trata de uma prática estranha ou arriscada, mas de uma forma de interacção social sem a qual muitas vezes receiam não ser aceites ou integrados num grupo.

Assim, é importante ajudar as crianças e os adolescentes a perceber como manter uma experiência positiva no uso da Internet, aproveitando-a para obter informação, encontrar amigos e diversão sem expor a sua privacidade. Muitos deles não sabem que a informação colocada online ficará lá para sempre e está disponível a uma enorme audiência, havendo menos controlo sobre quem pode aceder à informação privada. Por outro lado há que alertar para o facto de os riscos associados poderem vir da parte de adultos ou estranhos, mas também de crianças ou jovens que eles conheçam. É importante esclarecer e informar sobre o tipo de filtros ou outras formas de protecção da informação existente na Internet. E, como sempre, conversar com os seus filhos e estar a par do que fazem é fundamental.

Recursos Adicionais:

Cyberbullying

O cyberbullying define-se como o acto de intencionalmente denegrir, ameaçar, humilhar ou executar qualquer outro acto mal-intencionado dirigido a outro/a, recorrendo-se das tecnologias de informação e comunicação. Podem ser informações, ameaças ou agressões, em formatos multimédia, como por exemplo, imagens, vídeos, som ou texto, difundidos online, através de mensagens instantâneas ou redes sociais, sobre e para uma vítima, com o objectivo de que outros/as vejam. O cyberbullying tem a particularidade de ocorrer, geralmente, a coberto do anonimato, o que faz com que as vítimas estejam ainda mais vulneráveis e desprotegidas, dado desconhecerem o/a autor/a da violência mas, também, porque a violência pode acontecer dentro da própria casa.

Existem alguns sinais a que deve estar atento e que podem ser indicadores de que a criança está a ser vítima de cyberbullying, tais como:

  • Evitar o computador, telemóvel e outros meios tecnológicos;
  • Parecer ansiosa quando recebe um email, mensagem instantânea ou de texto;
  • Isolar-se da família e amigos/as ou estar relutante em ir à escola ou eventos sociais;
  • Evitar conversas acerca do uso do computador.

Caso ocorra uma situação de cyberbullying devem guardar-se as mensagens durante algum tempo, pois poderão vir a servir de prova. Nesta situação poderá:

  • Denunciar a situação de abuso ao responsável pelo sítio de Internet ou à operadora de telecomunicações;
  • Fazer a denúncia de conteúdos ilegais através do site para esse efeito: https://linhaalerta.internetsegura.pt/;
  • Solicitar apoio através da linha de ajuda sobre questões de segurança na Internet (808 91 90 90) ou do número da linha SOS Criança (116 111);
  • Contactar a polícia se for entendido que o cyberbullying assume contornos realmente nocivos.

O cyberbullying consiste na prática do bullying utilizando tecnologias de informação, tais como a Internet ou outros dispositivos digitais. As crianças e os jovens podem proteger-se não respondendo a mensagens ou emails que os façam sentir incomodados, tristes, receosos ou desconfortáveis.

Devemos estar atentos a comportamentos estranhos ou a alterações de comportamento por parte das crianças e dos jovens (comportamentos de tristeza, agressividade, deixar de comer, comer compulsivamente, etc.) e reforçar junto dos mesmos a importância de solicitar ajuda a um adulto, em situações que lhes causem mal-estar. Devemos promover uma educação de ética e respeito por si próprio e pelo outro, ressaltando que a ameaça pode começar por ser virtual, mas transformar-se numa ameaça real.

Recursos Adicionais:

Segundo os dados recolhidos pelo inquérito EU Kids Online em 2010, o bullying entre crianças e jovens tem pouca expressão e através de meios digitais é ainda menos expressivo, mas quando ocorre é das situações que mais afecta as crianças e jovens que dele são vítimas. Por isso mesmo, é necessário reforçar as competências técnicas e a rede de apoio social para os casos em que acontece. Por um lado, os jovens demonstram que nem sempre conseguem bloquear os contactos indesejados, alterar definições de perfis e por vezes apagam a mensagem do agressor, que deve ser guardada como prova. Como se viu pelas respostas nesse inquérito, as competências tecnológicas que os jovens declaram ter nem sempre correspondem à realidade ou são mobilizadas quando é necessário. Por outro lado, já que os jovens recorrem sobretudo a adultos (pais, professores) nos casos de bullying entre pares, é preciso reforçar as competências parentais e dos professores para saber como intervir e reportar a agressão.

Seja intolerante com o cyberbullying. Grande parte dos agressores – online ou offline – já foram vítimas de outros agressores. Isso diz-nos que as vítimas de hoje podem ser os agressores de amanhã. Se tolerarmos o cyberbullying, não quebraremos este ciclo vicioso. No entanto, temos de compreender o fenómeno por parte de todos os intervenientes – vítimas, agressores, seguidores, agressores passivos, potenciais agressores, espectadores, potenciais defensores da vítima e defensores – pois só assim conseguiremos pôr fim ao fenómeno. Alguns conselhos para prevenir e combater o cyberbullying:

  • Eduque-se a si e aos seus filhos/educandos sobre como usar as tecnologias de informação e comunicação de forma ética, responsável e segura;
  • Eduque as crianças/jovens sobre os riscos de colocarem fotografias, vídeos e outros dados pessoais online que possam ser usados pelos seus pares para actos de cyberbullying;
  • Preste atenção ao que os seus filhos/educandos lhe dizem sobre potenciais casos de cyberbullying e não se limite a subestimar, criar falsos sentimentos de segurança ou até ignorar as situações que lhe são reportadas;
  • Não reaja intempestivamente para proteger a criança/jovem. Por exemplo, não se ajuda uma vítima castigando-a. Se a criança é vítima de cyberbullying, não lhe retire o direito de acesso ao computador ou à Internet;
  • Caso os seus filhos/educandos sejam vítimas de cyberbullying, deixe claro que trabalhará com a criança/jovem para encontrar uma solução;
  • Monitorize a utilização das tecnologias de informação e comunicação pelas crianças e jovens a seu cargo. Faça-o escolhendo criteriosamente o local e o posicionamento do computador. Evite as áreas isoladas (quartos de crianças/jovens), preferindo os espaços de maior circulação de pessoas. Poderá ainda adoptar programas de controlo parental e procurar informar-se sobre outros locais a partir dos quais os miúdos acedam à Internet.

O bullying caracteriza-se por uma agressão (física, moral ou material) intencional e repetida, com uma motivação fútil, que pode mudar a personalidade de uma pessoa para sempre ou torná-la incapaz de se afirmar em termos sociais, profissionais e afectivos. As crianças que sofrem de bullying, dependendo das suas características individuais, das suas relações sociais e familiares, podem não superar os traumas sofridos.

Mais recentemente, a tecnologia deu uma nova vertente ao problema e surgiu o cyberbullying, que se traduz no envio de emails ameaçadores, mensagens injuriosas ou difamatórias em sites de relacionamento, difusão de fotos e textos constrangedores em blogs, criação de perfis sociais denegrindo a imagem de alguém ou colocando em causa a vida privada dessa pessoa ou ainda no incentivo da prática de algum ato criminoso de modo a pertencer a uma comunidade virtual. Um caso de cyberbullying é por vezes uma violência grave, que não pode ser encarada como apenas uma brincadeira entre colegas, mas como a prática de um crime que deve ser denunciado às autoridades competentes.

As principais formas de prevenir o cyberbullying é saber usar as tecnologias de informação e comunicação, de forma responsável e segura, reconhecendo os riscos de colocar fotografias, vídeos e outros dados pessoais na Internet.

Estamos perante um caso de cyberbullying, ou assédio online, quando uma pessoa ameaça, humilha ou molesta outra de forma repetida no ciberespaço. Tal como acontece fora do espaço virtual, o cyberbullying envolve uma relação de poder desigual que impede a vítima de desafiar e se defender de ataques que habitualmente se traduzem por humilhações, exposição ao ridículo e outro tipo de atitudes que provocam sofrimento, afectam a auto-estima e causam vergonha.

Embora a maior parte dos casos de bullying ocorram offline, a Internet e os telemóveis proporcionam novas oportunidades, mais intrusivas e anónimas, para que as crianças e jovens pratiquem este tipo de assédio sobre outros. O cyberbullying pode incluir a utilização de fotografias, vídeos, posts, ameaças ou outros em plataformas de redes sociais, via correio electrónico ou mesmo no YouTube. Os principais incitadores de cyberbullying são geralmente crianças e jovens. Embora não seja aparentemente uma experiência muito comum, pode causar um grande sofrimento nas vítimas. Devido ao seu anonimato e capacidade de intromissão em locais privilegiados de privacidade como a casa ou o quarto, pode passar rapidamente para um espaço mais alargado e envolver mais pessoas.

É importante que, enquanto pais, procuremos perceber se algum dos nossos filhos está a ser vítima desse tipo de ataques, o que muitas vezes se manifesta por mudanças bruscas de comportamento, irritabilidade ou isolamento, e dar-lhe o apoio necessário. É também preciso sensibilizá-los e educá-los para que não cometam eles próprios essa agressão.

Recursos Adicionais:

Como prevenir a exposição a linguagem grosseira

Assim como numa cidade somos capazes de ouvir palavrões, o mesmo pode acontecer na Internet. A tecnologia pode ajudar a evitar que os seus filhos sejam expostos a este tipo de linguagem quando usam a Internet:

  • Alguns programas de controlo parental bloqueiam páginas por palavras-chave impedindo o acesso a páginas que contenham as expressões que figurem numa lista de palavras proibidas. Essas listas estão geralmente pré-populadas, mas os pais podem adicionar ou remover expressões;
  • Alguns programas de controlo parental mostram as páginas mas substituem as palavras proibidas por expressões ilegíveis, tipo “@#$%&£§€!”, permitindo desta forma o acesso à página mas evitando a exposição a linguagem grosseira.

No entanto, lembre-se que as crianças podem estar expostas a este tipo de linguagem noutros ambientes e podem também usá-la, online ou offline.

Com o advento da Internet, as formas de comunicação, a educação e escrita alteraram-se substancialmente, mas pressupõem o imutável respeito pelo próximo. Netiqueta ou a etiqueta da Internet diz respeito à forma/educação com que nos apresentamos online. O ciberespaço tem a sua própria cultura e desenvolveu as suas próprias regras. Sem conhecermos um pouco de Netiqueta corremos o risco de cometer alguma gafe social ou ofender alguém sem que seja essa a nossa intenção. As regras da Netiqueta são baseadas no senso comum e no respeito pelo próximo, contudo, uma vez que a comunicação electrónica é tão rápida, temos tendência a esquecer que ainda estamos a utilizar uma forma de comunicação escrita.

Algumas regras para a comunicação electrónica:

  • Imagine que as suas mensagens estão afixadas num placard. Tudo o que envia pode ser reencaminhado, guardado ou impresso por terceiros. Por isso, nunca envie nada que reflicta algo negativo sobre si ou sobre qualquer outra pessoa.
  • Seja cauteloso no reencaminhamento de mensagens. Se não tem a certeza que o remetente original gostaria que a mensagem fosse reencaminhada, não o faça.
  • Evite comentários ofensivos. Palavras obscenas, caluniosas, ofensivas ou racistas não se enquadram no conteúdo de qualquer comunicação, muito menos através do email da empresa, mesmo que sejam anedotas.
  • As mensagens electrónicas podem facilmente ser mal interpretadas, uma vez que são desacompanhadas do tom da fala ou de linguagem corporal que nos permitem tirar mais conclusões. A utilização de vários pontos de exclamação, emoticons e palavras escritas em maiúsculas podem ser interpretadas como linguagem emocional.
  • Não envie mensagens descuidadas ou não editadas. Os especialistas dizem que para cada erro gramatical numa mensagem, existe uma média de três erros ortográficos. Se a forma de escrita é negligenciada, quando o seu destinatário tiver que interromper a comunicação para decifrar uma palavra ou uma mensagem, na melhor das hipóteses parecer-lhe-á desleixado, se não iliterado. No pior dos cenários, deixará simplesmente de ler o resto da mensagem.
  • Não escreva o texto todo em MAIÚSCULAS. É interpretado como estando a GRITAR. Contudo, não escreva tudo em minúsculas, pois pode parecer que se trata de uma pessoa preguiçosa, uma vez que torna a leitura para os outros mais difícil.

Sítios que promovem condutas não saudáveis, como desordens alimentares ou uso de drogas

Entre muita da informação positiva, correcta e útil que circula na Internet, existe também muita informação errada e que promove comportamentos não saudáveis, como é o caso das perturbações do comportamento alimentar, do uso de drogas e de sítios que incitam ao ódio e à violência. A procura deste tipo de Websites por parte dos jovens pode derivar de várias necessidades características da adolescência, como é o caso da procura de grupos de pares com os mesmos gostos e problemas ou com o intuito de serem aceites num determinado grupo. Assim, estes Websites surgem disfarçados de suporte social e vão reforçar as perturbações alimentares, piorando a saúde dos jovens que delas padecem.

O inquérito EU Kids Online questionou apenas jovens com mais de 12 anos sobre estas práticas, concluindo que têm pouca expressão entre os internautas mais novos em Portugal. No entanto, nota-se uma prevalência do contacto com conteúdos nocivos relacionados com perturbações alimentares, sobretudo entre raparigas, e de outros tipos entre os rapazes. Parece haver uma procura activa, que resulta da curiosidade ou uma recepção destes conteúdos a partir de amigos. Assim, para além da educação para a saúde, importa reforçar as competências técnicas para que os jovens saibam controlar a recepção indesejada destas mensagens ou reportar às linhas de Alerta e aos fornecedores dos conteúdos que se trata de conteúdos nocivos.

Sites que promovem e fazem a apologia da bulimia, da anorexia, do fabrico doméstico e consumo de drogas e estupefacientes são apenas alguns exemplos de conteúdos nocivos que podem prejudicar gravemente a saúde e o bem estar de crianças e jovens, podendo mesmo colocar em risco as suas vidas. Alerte os seus filhos para este tipo de conteúdos que promovem práticas, comportamentos ou “estilos de vida” alternativos. Ajude-os a desenvolver o sentido crítico relativo à informação vinculada por sites.

Software malicioso

Existem diversos tipos de software malicioso, todos eles com o intuito de afectar o computador, podendo, deste modo, danificar, obter informações pessoais acerca do/a utilizador/a, apresentar publicidade que o/a utilizador/a não pretende visualizar ou utilizar o computador para realizar ataques a servidores ou para outros fins.

Para prevenir que o computador seja afectado por este tipo de software é importante:

  • Ter as actualizações de segurança do sistema operativo em dia;
  • Ter as actualizações do antivírus em dia;
  • Usar uma firewall que bloqueará muitas das portas de acesso ao computador;
  • Não fazer o download nem instalar ficheiros de fontes desconhecidas;
  • Não abrir anexos de emails que pareçam estranhos, mesmo vindos de pessoas conhecidas.

Eis algumas recomendações que pode adoptar e sugerir, não só aos seus filhos, mas a toda a família, no sentido de evitar que sejam vítimas de malware:

  • A segurança começa por si. Suspeite, seja céptico, crítico e desconfiado. Adopte e siga boas práticas no domínio da computação defensiva:

    • Resista à tentação de títulos ou propostas sugestivas, atraentes ou escandalosas;
    • Elimine as mensagens e ficheiros que receber de desconhecidos;
    • Não siga ligações suspeitas em páginas ou em mensagens de desconhecidos, sobretudo em janelas pop-up;
    • Lembre-se da máxima: “se é bom demais para ser verdade, então provavelmente é mentira”.
  • As contas/perfis de administração num computador são para isso mesmo: gerir e administrar o computador. Não as use para as suas actividades do dia-a-dia. Cada utilizador deverá ter a sua conta/perfil de utilizador com restrições;
  • Use um programa para geração e gestão de palavras-passe seguras e diferentes para os diversos serviços Web que usa;
  • Mantenha o sistema operativo e os programas instalados no seu computador actualizados. Certifique-se que tem instaladas as versões mais recentes e respectivas correcções de segurança;
  • Ligue-se sempre à Internet através de uma firewall e mantenha-a actualizada. Certifique-se também que tem um programa anti-virus e anti-spyware instalados e que os mantém actualizados com as definições mais recentes;
  • Informe-se previamente sobre os programas que instala. Pergunte o que acham os seus familiares e amigos e faça uma pesquisa no Google para saber o que outras pessoas dizem sobre eventuais experiências com esse programa;
  • Desactive a funcionalidade auto-run das drives/pens USB;
  • Disponha de um browser alternativo. Instale um programa de navegação na Internet alternativo para a eventualidade do malware afectar o seu browser e o impedir de se ligar à Internet;
  • Para música, filmes e software opte por ir a fontes legítimas em detrimento de sites ou software de partilha de ficheiros;
  • Faça cópias de segurança com regularidade dos ficheiros, documentos e mensagens que tem no seu computador e arquive-os num serviço Web ou num suporte lógico (pen USB, CD, DVD, etc.). Semanal ou mensalmente efectue as operações de manutenção, limpeza e optimização do seu computador. Elimine ficheiros temporários, desfragmente e optimize os discos rígidos do seu computador e analise-os regularmente com os programas anti-vírus e spyware;
  • Computadores públicos, de amigos e desconhecidos não devem ser usados para fazer compras online ou para aceder a sites bancários/financeiros onde tem que introduzir dados bancários pessoais pois estes poderão ficar guardados.

A criminalidade virou-se para o computador e para a Internet. Por isso e porque estão em causa direitos fundamentais, impõe-se a existência de uma política de segurança informática.

Estes são procedimentos e condutas que devem estar presentes na mente dos jovens, dos pais e encarregados de educação para otimizar uma correta e mais segura utilização dos meios informáticos online:

  • Ter uma conta de administração;
  • Criar contas de utilizador com restrições de navegação;
  • Utilizar palavras-passe seguras;
  • Usar firewall;
  • Proteger a rede sem fios com encritação forte e palavra-passes seguras;
  • Instalar anti-virus e anti-spyware;
  • Actualize o sistema operativo.

Com efeito, a precaução nunca é demais, pelo que:

  • A navegação na Internet deve ser efectuada através de conta sem privilégios de administração do computador;
  • O registo em sites deve ser efectuado com email diferente daquele que se usa para comunicar com os amigos;
  • A ligação de dispositivos de armazenamento (pen USB, discos, cd-rom) deve ser precedida de verificação de vírus;
  • A instalação de programas de origem duvidosa deve ser equacionada (o crime organizado cedo percebeu que os jovens fazem centenas de downloads de programas onde podem incluir código malicioso), de modo a não tornar o computador num instrumento da prática de um crime por parte de outrem.

Fonte: Google